A mandioca é um dos alimentos mais antigos do continente sul-americano. Por ser um alimento muito versátil, foi conhecida dos povos pré-colombianos há cerca de 9 mil anos, e disseminada por colonizadores portugueses até a África antes de 1600. Sendo depois levada também para África Oriental e Ásia.
Hoje em dia, o uso da raiz vai muito além do preparo através do alimento in natura. Há diversos alimentos produzidos derivados da mandioca, como o polvilho, tapioca, tucupi e principalmente farinha de mandioca.
Dessa forma, o artigo a seguir do Blog Sítio Pema traz diversas informações sobre a produção da farinha de mandioca. Além de explicar seus beneficios e como a agricultura familiar pode ser beneficiada.
A produção de mandioca
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), fez um levantamento onde identificou que, no ano de 2021 a estimativa é que 18,80 milhões de toneladas de mandiocas foram produzidas em território brasileiro. Além disso, o Brasil é o 4º maior produtor mundial de mandioca.
Produzida em todo território nacional, está inserida no contexto sociocultural de diversos agricultores. Pois exerce papel tanto como fonte de energia, como para alimentação animal e humana. Conforme citado acima, a mandioca é matéria-prima para diversos produtos e é amplamente consumida pelos brasileiros devido ao seu alto valor energético.
Entretanto, dentre os principais subprodutos da mandioca, pode-se destacar a fécula e a farinha. Do total da quantia destinada a processamento da raiz produzida no Brasil, 20% são destinados para fécula, e cerca de 80% são destinados para a fabricação da farinha de mandioca.
Porém, a farinha não conta com mercado significativo de exportação, visto que o Brasil é o único país da América Latina, que consome farinha de mandioca em quantidades expressivas.
A produção da farinha de mandioca
Os primeiros portugueses que chegaram ao Brasil constataram que os indígenas já produziam farinha, além de uma outra gama de produtos derivados dela.
A farinha tem seu uso para alimentação, podendo ser encontrada em duas formas: a farinha não temperada, que é destinada à alimentação básica e consumida principalmente pela população de baixa renda; e a farinha temperada (mais conhecida como farofa), que possui um mercado mais restrito, porém com maior valor agregado.
A mandioca se destaca como um produto com importância de produção no estado do Pará, onde há um número expressivo de famílias rurais que vivem de produção e do para o processamento da farinha e de diversos produtos. Atingindo assim atividades de baixo investimento e fácil comercialização.
A farinha de mandioca é um produto muito procurado para substituir alimentos mais caros, como proteína animal. Por isso, é grandemente produzida nos estados do norte e nordeste do Brasil.
Existem três tipos de unidades produtivas para o plantio: a doméstica (com pequena produção, pouco uso de tecnologia, plantio e colheita manual); a familiar (realizada em pequenas e grandes áreas, com um maior uso de tecnologias e máquinas); e a empresarial ( que contrata mão de obra terceirizada, realiza o cultivo em grandes áreas e podendo ter um alto grau de tecnologia no processo).
A farinha de mandioca na agricultura familiar
Como a produção da farinha de mandioca é rústica, de fácil manejo e exige baixa tecnologia, o preço favorável é algo que facilita a entrada de agricultores no negócio. Em muitas famílias, a produção da farinha é uma tradição que passa por gerações, de pai pra filho.
Sua potencialidade de agronegócio, gera a possibilidade de produção de diversos outros produtos com alto valor agregado, tanto para consumo humano, como para consumo animal.
Além disso, o conhecimento do trabalhador do campo, se une a novas tecnologias, técnicas de plantio, como a adubação, que resultam em uma maior qualidade em grande produtividade.
Contudo, além de se preocupar com a produção, é necessário entender como gerir a propriedade. Isso é, estar atento e aprender a lidar com as novas tecnologias, para poder obter um menor custo e esforço físico. Na hora de negociar, muitos produtores pedem para o comprador colocar o preço no produto. Uma mentalidade que precisa mudar.
Em estados onde a produção de mandioca é abundante, como no Pará, o governo faz investimentos para melhorar o processamento da raiz, realizando eventos. Distribuindo kits com equipamentos modernos, ajudando assim com informações importantes para o manejo para melhorar a qualidade da farinha.
Conclusão
A produção e cultivo da farinha de mandioca é uma grande oportunidade para o aumento de renda para a agricultura familiar. Isso ocorre por causa de seu fácil cultivo, ampla variedade e seu poder de cultivo em climas tropicais, que permite o plantio em todo o território brasileiro.
Contudo, para conferir mais conteúdos e informações sobre práticas agroecológicas, descobrir mais benefícios que a plantação de farinha de mandioca e a agricultura familiar possam oferecer, siga acompanhando os artigos do site Sítio Pema ou entre em contato com a nossa equipe.