Com a infecção em massa causada pelo novo coronavírus e o contágio de centenas de milhares de pessoas pela Covid-19, a doença causada pelo vírus, em todo o mundo, o Brasil tomou medidas severas para tentar conter o avanço da doença.
A principal delas é a recomendação de distanciamento social adotada por todos os estados brasileiros, com a orientação de que os cidadãos fiquem em suas casas e determinando o fechamento de comércios, suspensão de aulas e de todo serviço que não seja considerado essencial pelos órgãos públicos.
Com isso, a crise na saúde, também existe outra crise que começa a preocupar as pessoas: a crise econômica. É consenso que o mundo todo passará por ela e que alguns setores vão sofrer mais, outros menos. E um dos setores da economia que vai sofrer bastante é o agronegócio, uma das grandes forças da economia brasileira.
Um panorama das atividades do agronegócio brasileiro
Diversos fatores afetam a agricultura e pecuária no país, como a baixa circulação de pessoas, o cancelamento de aulas, os restaurantes fechados (na maior parte dos lugares, só podem funcionar com entregas ou retiradas), a dificuldade de transporte no caso das exportações, seja por navio, seja por via aérea. Com isso, muitos alimentos estão sofrendo alterações perceptíveis ao bolso de produtores e consumidores, principalmente por alterações na demanda e a valorização do dólar.
Desta forma, os principais alimentos que compõem a dieta dos brasileiros estão sofrendo alterações em seu preço. Um relatório realizado pela consultoria Cogo apresenta o panorama sobre a situação atual, que deve perdurar ainda por alguns meses:
• Soja – A soja está valorizada no mercado, pela alta demanda e porque a China voltou a importar a soja brasileira. Com o grande volume da colheita e a forte demanda, a pandemia do coronavírus não deve afetar tanto este produto.
• Milho – A redução nas exportações do milho não possui relação com a pandemia, mas sim a diminuição dos estoques em relação ao ano passado e pela alta do preço no interior do país.
• Carne – A demanda interna foi aquecida com a pandemia do novo coronavírus. Com as incertezas carregadas pela pandemia, o mercado interno buscou muito as carnes para fazer estoque, fazendo com que os preços subam.
• Leite – O preço do leite subiu a partir da alta na demanda e por dificuldades na produção, pela falta de chuva e problemas na logística de escoamento do produto, por medidas de contingenciamento do novo coronavírus.
• Frutas, legumes e verduras – O problema no escoamento também afeta esses produtos. A queda na demanda causa problemas principalmente aos produtores de alimentos mais perecíveis, como tomate e folhosas.
Desafios pós-pandemia
Entretanto, os impactos da pandemia sobre o agronegócio brasileiro deverão ser sentidos ainda por mais um ciclo de produção, interrompendo a boa safra obtida no último ano. A esperança para produtores agrícolas brasileiros reside em um fator fundamental, que outros setores da economia não podem contar: as pessoas precisam comer. Isso deve fazer o setor do agronegócio se recuperar mais rapidamente da crise causada pela pandemia.