As mudas de fruteiras podem ser feitas na propriedade ou adquiridas. Adquiridas de viveiros certificados ou não. Ou feitas por métodos de propagação ou por enxerto de plantas.
Aquisição de mudas
É sempre recomendado adquirir mudas de viveiros certificados pelo RENASEM (Registro Nacional de Sementes e Mudas) é o serviço pelo qual o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) concede a inscrição e o credenciamento aos agentes do Sistema Nacional de Sementes e Mudas
Você pode fazer uma pesquisa de quem são os viveiristas certificados pelo RENASEM que cumprem a qualidade da muda da frutífera. http://sistemasweb.agricultura.gov.br/renasem/psq_consultarenasems.do
Nota-se que no estado de São Paulo existem 80 (oitenta) produtores certificados para produzir mudas de jabuticabeira. O sistema mostra a cada 10 produtores, foram 8 páginas exatas.
Ao escolher uma muda é importante observar alguns aspectos:
– Solicitar as mudas 6 meses antes e escolher o porta enxerto;
– Verificar o sistema radicular da muda. Sem nematoides e se estão bem formados;
– No caso de citrus, plantadas em saco plástico, cortar 2cm do fundo e analisar o sistema radicular. Esse deve estar enrolado, dando a procedência de plantio no soca plástico;
– Escolher o cultivar que melhor adapta a sua região.
Mais detalhes no vídeo https://www.youtube.com/watch?v=ix6mAG3BHUk
No caso de fazer as mudas, deve-se observar o meio de propagação e qual meio é melhor para cada tipo de frutífera.
As frutíferas podem ser propagadas por meio da propagação sexuada ou pela assexuada.
Propagação Sexuada
Baseia-se no uso de sementes para a obtenção de mudas. Este método é a forma pela qual a maioria das plantas se dissemina no ambiente natural, tais como: hortaliças, culturas anuais como arroz, soja e trigo
No caso de frutíferas é um método pouco utilizado, porque apresenta algumas limitações:
- Heterogeneidade entre as plantas.
- A frutificação das plantas é mais tardia, podendo iniciar somente 10 anos após o
- plantio das sementes
- Desuniformidade na frutificação.
- Potencial germinativo das sementes é muito variável.
Embora este método de propagação sexuada é utilizado em algumas frutíferas como maracujazeiro (Passiflora edulis f. flavicarpa) e o mamoeiro (Carica papaya).
São utilizados porta-enxertos (cavalos), pois estas plantas não são propagadas via assexuada e necessitam de sistema radicular mais profundo.
Propagação Assexuada / Enxertia de plantas
Conhecida também por propagação vegetativa ou propagação clonal. Consiste na utilização de alguma estrutura da planta (folha, gema, ramo, raiz), proporcionando condições adequadas para gerar a muda.
A propagação assexuada só é permitida por causa do conhecimento da Teoria da Totipotência.
Esta teoria afirma que qualquer célula ou parte de um vegetal, em condição adequada, é capaz de originar uma nova planta, com as mesmas características morfológicas e genéticas da planta mãe de onde a parte vegetal foi coletada.
Este método pode ser feito por vários métodos, os mais utilizados são: a enxertia, a estaquia, as estruturas especializadas e a mergulhia.
Enxertia
Esse método baseia-se em juntar duas plantas ou partes da planta de tal maneira que elas possam se unir e continuar o seu crescimento originando uma nova planta.
A nova planta é formada através da enxertia onde compreende basicamente duas partes: o enxerto (cavaleiro) e o porta-enxerto (ou cavalo).
As vantagens de utilizar este método é a uniformidade, em relação à floração, à frutificação e crescimento da planta.
A planta enxertada herda da planta mãe (cavalo) a idade, podendo produzir frutos mais rapidamente.
Fácil domesticação, podendo misturar cultivares obtendo uma melhor planta para a região e para fins comerciais. Como melhor sistema radicular, frutos, vigor da copa, resistência a solos encharcados ou não e resistentes as pragas e doenças.
As principais frutíferas que são propagadas utilizando o método a enxertia são: o pessegueiro, a ameixeira, a macieira, a pereira, a videira, os citros em geral, além da mangueira, a aceroleira, o abacateiro, o caquizeiro, a gravioleira, e também algumas espécies nativas em fase de estudos e início de cultivo, como o equizeiro, o umbuzeiro, a mangabeira, a pitangueira, o camu-camu, entre muitas outras.
Estaquia
A estaquia é um dos mais importantes métodos de propagação vegetativa. O termo estaca refere-se a qualquer parte destacada da planta mãe, capaz de regenerar uma planta nova e completa, com as mesmas características da planta mãe (clone).
As estacas podem ser de ramos, raízes ou folhas. Embora nas frutíferas são mais utilizados os ramos herbáceos, ramos semi-herbáceos ou ramos lenhosos.
As principais vantagens deste método são: conservação das características genéticas e morfológicas, baixo custo na execução do método e o rápido enraizamento.
As frutíferas que usam este método para fins comerciais são a figueira e goiabeira.
Mergulhia
É o método de propagação assexuada no qual o enraizamento de uma porção da planta, normalmente um ramo, é obtido com uma porção ainda unida com a planta mãe.
A mergulhia pode ser aérea (alporquia) ou subterrâneas (cepa)
A mergulhia aérea ou alporquia
Consiste envolver um ramo com a planta matriz através de um substrato de enraizamento (musgo, solo ou outro material que proporcione aderência), acondicionado em plástico, papel alumínio ou bolas plásticas para alporquia.
A vantagem é para plantas com difícil enraizamento após 3 meses pode ser separada da planta matriz.
É uma técnica trabalhosa, requer muito tempo e baixo rendimento para fins comerciais. É bastante utilizada na propagação da lichieira.
Na mergulhia de cepa ou alporquia de solo
A planta matriz sofre um desgaste em um de seus ramos e este é enterrado no solo. A planta matriz continua nutrindo até o ramo com desgaste, onde inicie-se o enraizamento.
Após a formação do enraizamento a nova muda está pronta para separar da planta-mãe (matriz).
Estruturas Especializadas
São caules ou raízes modificados que podem também atuar como órgãos de reserva de nutrientes e assimilados.
Em muitos casos, estes órgãos podem ser utilizados na propagação vegetativa.
Os resultados dessas estruturas são os estolões, os rizomas e os rebentos. A propagação através destas estruturas é bastante utilizada em bananeira e abacaxizeiro.
Na bananeira são utilizados os rizomas e no abacaxizeiro os rebentos.
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