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Rotação de cultura: agricultura diversificada para um solo enriquecido

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Na busca por uma agricultura orgânica, a sustentabilidade dos cultivos e boas práticas de conservação solo e do meio ambiente, como a implantação da agricultura diversificada, são bases para uma agroecologia.

Em contraponto a este ato, temos a adoção da monocultura e, ou a sucessão de culturas na safra e entressafra. Estas promovem, ao longo do tempo, a degradação do solo e condições favoráveis ao surgimento de pragas, doenças e empobrecimento do solo.

A rotação de cultura tem o propósito comercial, recuperação do solo e preservação do meio ambiente. Assim esses efeitos podem ser reduzidos ou até mesmo revertidos.


O que é rotação de cultura?

Rotação de cultura, por definição, é a prática de intercalar espécies vegetais em uma mesma área agrícola utilizando plantas de diferentes culturas a cada safra anual. Este costume data da antiguidade, onde já sabemos por registros históricos que os povos egípcios usufruíram do uso desta forma de plantio.

Esta sabedoria antiga, feita de forma ordenada e em uma sequência previamente planejada, consiste no uso de culturas com sistemas de raízes distintas, como por exemplo, leguminosas e plantas de cobertura.

Pois o uso de diferentes espécies de cultivo deixa resíduos benéficos para o solo. Dessa forma, a quantidade de nutrientes ganhos pela terra, além do enriquecimento dos atributos químicos, biológicos e físicos do solo são duas principais vantagens desta cultura.

Rotação de cultura x Monocultura: entenda a diferença

Para exemplificar melhor sobre como funciona a rotação de cultura, é interessante fazer um paralelo com a monocultura e destacar as diferenças. A rotação de cultura intercala espécies de plantas de grupos diferentes na mesma área e a cada estação do ano (de verão a verão, por exemplo).

Já a monocultura consiste na produção sucessiva do mesmo plantio. Embora seja diferente da sucessão de culturas de mesmo grupo, ambas não são recomendadas quando o objetivo é evitar a exaustão do solo.

A diversidade da agricultura num mesmo terreno, ou seja, a rotação de cultura se difere principalmente da monocultura por deixar o solo respirar nas entressafras. O uso prevê uma plantação comercial e outra com o intuito de recuperar a terra.

Do ponto de vista financeiro, compensa a longo prazo, pois o solo se torna mais fértil e necessita de menor controle de pragas e doenças. Ao ponto que a monocultura faz com que os tratamentos de melhoria do solo percam a eficácia com o passar do tempo.

Outra desvantagem da produção de uma mesma espécie sucessivamente é que o uso é associado a um grande impacto ambiental. Isso porque a área de plantio exige a retirada de toda cobertura vegetal do solo.

O uso inadequado dos recursos naturais acaba reduzindo a biodiversidade local, o que produz desequilíbrio ecológico. E para manter um solo com uma única cultura agrícola se faz preciso o uso de altas quantidades de agrotóxicos.

Principais vantagens da rotação de cultura

O uso sustentável das riquezas naturais é a principal vantagem da rotação de cultura. O plantio sustentável gera um menor impacto ambiental no local, conseguindo preservar a biodiversidade.

Do ponto de vista comercial, é possível mencionar algumas outras vantagens, como a melhoria do solo, menor uso de aditivos para controle de pragas e doenças e o aumento do rendimento na safra.

Abaixo, algumas vantagens da rotação de cultura:

Contudo, pode parecer que a grande desvantagem é o uso de uma plantação sem fins comerciais. Mas a constante melhoria do solo resulta no aumento da produção.

Além disso, pode-se escolher uma cultura de cobertura que aumente a qualidade do solo ao mesmo tempo em que possa ser um complemento de renda. Vale lembrar apenas que é preciso deixar parte da matéria orgânica como adubo para a próxima plantação.

Adotando essa prática: escolha do sistema de rotação de cultura

Como já foi mencionado nos itens acima, para usar o sistema de rotação de cultura é preciso escolher ao menos duas espécies de plantas de grupos diferentes. O primeiro grupo é o principal plantio do terreno, tendo em vista o uso comercial e lucrativo.

Já o segundo grupo se faz valer de plantas de cobertura. Estas plantas são utilizadas para melhorar as condições do solo, sendo assim chamadas de adubo verde.

Tendo em mente esses grupos, a primeira etapa para adotar a rotação de cultura é o bom planejamento. O sistema de plantio pode ser utilizar o terreno ao todo intercalando essas plantas ano a ano, ou dividir a área na mesma quantidade de plantas adotadas, visando uma rotação entre elas.

Esta alternância dos vegetais de forma correta é vital para o sucesso desse sistema de plantio. Vamos explicar no tópico a seguir como fazer o uso correto das plantas de cobertura.

Uso de plantas de cobertura

A escolha do tipo de adubo verde a ser utilizado é o próximo passo após iniciar o planejamento e decidir a quantidade de culturas que serão utilizadas. A estação própria do tipo de plantio deve ser considerada de acordo com o grupo principal, para que aconteça a rotação de cultura de forma eficaz.

Outro ponto principal sobre as plantas de cobertura é observar as características. Grande produção de fitomassa, velocidade no crescimento inicial e capacidade de adaptação a solos degradados são itens a serem buscados para uma melhor produtividade e enriquecimento da terra.

Existe também a consorciação de cultura, onde ao plantar uma cultura comercial, planta-se em conjunto uma cultura de cobertura: é o caso de plantar o milho junto com o capim brachiaria. Após colher o milho a capineira está formada, permitindo o pastejo do gado.

Conheça alguns tipos de plantas de cobertura:

As plantas de coberturas, sevem como uma adubação verde, enriquecendo o solo, deixando sempre coberto, assim evita a lixiviação de nutrientes e criação de voçorocas (erosão).

Conclusão

A adoção do sistema de rotação de cultura é a prática mais benéfica para o meio ambiente e para uma melhora da produção. Quando utilizada de forma correta e com um bom planejamento, os benefícios como a diminuição da erosão e a preservação da biodiversidade fazem desse modo de plantio o sistema mais sustentável.

Com resultados a longo prazo, o solo melhora a qualidade quanto à quantidade de matéria orgânica, melhorando as características físicas, químicas e biológicas. Contudo auxilia na redução de ervas daninhas e no controle das pragas e doenças.


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