Nem sempre as plantas conseguem desempenhar atividades benéficas e necessárias para seu desenvolvimento, muitas vezes sendo necessárias algumas técnicas para aumentar o rendimento da lavoura.
Uma dessas técnicas é a inoculação de sementes, que é uma tecnologia que consegue elevar em média até 15% a produção de soja, segundo uma pesquisa da Embrapa.
Mas você sabe quais os principais cuidados para realizar essa técnica com sucesso em sua área?
Desse modo, vamos explicar no artigo a seguir do Blog Sítio Pema como os inoculantes biológicos podem auxiliar no desenvolvimento das plantas. Além de boas práticas para melhorar os resultados.
O que são os Inoculantes Biológicos?
O inoculante é um insumo biológico que utiliza de microorganismos como bactéria e fungos, para auxiliar no desenvolvimento das plantas.
Esses microrganismos mais utilizados são as bactérias fixadoras de nitrogênio, que é um dos macronutrientes fundamentais para o desenvolvimento das plantas.
As bactérias formam nódulos nas raízes das plantas, em uma relação que é essencial para seu crescimento.Como resultado da interação entre bactérias e plantas, boa parte do nitrogênio fica nos ambientes terrestres, pois as bactérias assimilam o nitrogênio atmosférico e o convertem a uma forma que as plantas conseguem absorver, enquanto utilizam o carbono fixado pela fotossíntese das plantas.
Embora esses microrganismos sejam encontrados na natureza, eles só podem ser comercializados se seguirem todos os protocolos necessários e se tiverem o registro no Ministério da Agricultura.
O órgão responsável pelas normas e protocolos, é a Rede de Laboratórios para a Recomendação, Padronização e Difusão da Tecnologia de Inoculantes Microbianos de Interesse Agrícola (RELARE)
Quais microrganismos podem ser usados como inoculantes biológicos?
Cientistas realizam em laboratórios de institutos de pesquisa e universidades, assim a seleção dos microrganismos com potencial para serem usados como inoculantes.
Nos estudos, diversas espécies de bactérias diazotróficas são selecionadas (ou seja, fixadoras de nitrogênio), elas podem ser usadas para produzir inoculantes para plantas agrícolas ou florestais.
São as 9 espécies existentes de bactérias autorizadas para serem usadas como inoculantes:
- Soja – Bradyrhizobium japonicum e B. elkanii
- Grão de bico – Mesorhizobium ciceri
- Lentilha e Ervilha – Rhizobium leguminosarum bv viciae
- Feijão comum (Phaseolus vulgaris) – Rhizobium tropici
- Feijão de corda, feijão miudo, caupi (Vigna unguiculata) – Bradyrhizobium sp.
- Amendoim forrageiro (Arachis pintoi) – Bradyrhizobium japonicum
- Guandu (Cajanus cajan) – Bradyrhizobium sp.
- Acácia (Acacia angustissima, Acacia auriculiformis) – Mesorhizobium amorphae
- Milho (Zea mays), Trigo (Triticum spp.) e arroz (Oriza sativa) – Azospirillum brasiliense.
Benefícios que eles trazem:
O uso frequente do insumo, pode trazer diversos benefícios, e eles estão frequentemente associados a:
- melhoria na resistência aos estresses ambientais;
- promove uma nodulação mais efetiva (maior número de nódulos de bom tamanho, peso e localização na raiz);
- maior eficiência na absorção de água e de outros nutrientes;
- promove atividade rizosférica com maior liberação de lipopolissacarídeos;
- favorece a interação positiva com outros microrganismos benéficos do solo;
- ativa a fisiologia microbiana e vegetal;
- atua sobre a germinação e desenvolvimento da cultura;
- redução do custo de produção pela menor necessidade de uso de adubação nitrogenada.
Além disso, quando usados em maior quantidade na soja, as bactérias podem suprir toda a necessidade de fixação biológica do nitrogênio (FBN).
Contudo, os altos rendimentos somente são alcançados quando são seguidas as boas práticas de inoculação. Sem precisar de nenhuma complementação de fertilizante nitrogenado, não importando o estágio do desenvolvimento.
Em contrapartida, a inoculação com Azosipirillum brasiliensis no milho, não consegue suprir toda a necessidade de nitrogênio que o cultivo do grão necessita. Sendo assim, necessária a adubação nitrogenada na fase de semeadura, e de cobertura para garantir o sucesso do cultivo.
Boas práticas da Inoculação
Não é novidade, que para conseguir bons resultados e a eficiência prometida pelos produtos, é necessário que todas as recomendações sejam seguidas.
Primeiramente, é necessário sempre utilizar os produtos registrados no MAPA, dentro do prazo de validade, transportados e mantidos de forma adequada. Isso ocorre pois os inoculantes são produtos que contém microorganismos vivos, e que não resistem a altas temperaturas.
Assim, a inoculação deve ser feita em local protegido do sol, e com a semeadura logo após a inoculação. Inclusive, se a semente for tratada com fungicidas e micronutrientes, os cuidados são ainda mais importantes.
Outros inoculantes pedem por diferentes práticas. As sementes devem ser umedecidas com água açucarada a 10%, para obter uma maior aderência do inoculante turfoso, por exemplo.
O inoculante precisa ser uniformemente espalhado pela superfície da semente para que se obtenha o benefício máximo da fixação biológica do nitrogênio em todas as plantas.
Conclusão
Neste artigo vimos a importância da inoculação e como ela pode aumentar a produtividade de sua lavoura de grãos.
Se interessou pelo tema e quer saber mais informações sobre o plantio, e as melhores técnicas para o manejo de plantas e sementes? Entre em contato com o Sítio Pema que estaremos preparados para dar o melhor suporte.